Sobre

O que é?

Abrigação é um projeto de caráter coletivo que combina música, artes visuais e videoarte. Tudo começou em 2013, através de um forte desejo de que a gravação do meu primeiro disco servisse como uma aproximação de outros artistas, pesquisas, amigos e interesses.

O processo foi crescendo em companhia e recebendo contribuições importantes. Atualmente, inclui mais de 30 mãos parceiras, fora os aproximadamente 200 apoiadores da campanha de financiamento coletivo (obrigado, obrigado, abrigado!). E os resultados, até agora: o primeiro disco da minha carreira autoral, prensado em um encarte especial (em sua primeira edição!); onze obras visuais inspiradas nas canções do disco, cada uma criada por um convidado diferente; onze vídeos-arte que se relacionam diretamente com as canções e com as obras visuais; e um show cênico-musical que sintetiza os múltiplos “territórios” expressivos do projeto.

 

Como surgiu a ideia?

Sempre acreditei na interinfluência de linguagens como uma possibilidade de ampliar a fruição do artista e do público. Estou com Murray Schafer (grande compositor, músico e educador canadense): confio na desfragmentação das artes como um acesso a um tipo de experiência mais íntegra, rica e completa. Em minha trajetória encontrei profundas fontes de inspiração – a Capoeira Angola, o teatro, a linguagem do palhaço, a Educação artística – para pesquisar essa maneira de captar a vida simultaneamente através de vários sentidos do corpo.

Foi da soma dessas experiências que nasceu essa ideia, mais tarde batizada Abrigação. Aliás, vale a pena mencionar que o contexto onde ouvi pelas primeiras vezes essa palavra é o grupo Nzinga (fundado pelas mestras Janja e Paulinha e pelo Mestre Poloca, em 1995), lugar de preservação e estudo da Capoeira angola e de tradições educativas Banto no Brasil – no qual sou discípulo que aprende – em conversas com as mestras e mestres e com Taata Mutá Imê Santos, sacerdote espiritual e conselheiro do grupo. Encantei-me por essa palavra, por todos os significados que ela me apresentava, pelas provocações que trazia; por isso, um pouco mais tarde, pedi a permissão para emprestá-la como título dessa nova empreitada, em contexto diferente, mas também de caráter coletivo.

 

Como aconteceu o processo?

Em 2013, Fê Stok (Estúdio da Vila) compartilhava comigo suas primeiras experiências na carreira de produtor musical independente. Foi o início de uma troca que acabou se transformando na primeira parceria deste projeto.

No início de 2014, depois de algumas sessões de gravação com o Fê e começado a pré-produção do disco, decidimos convidar o Jonas Tatit (Estúdio Pratápolis) para entrar nessa barca também. Eu já havia trabalhado com Jonas nos discos do Tiquequê (grupo voltado para o público infantil) e já entendia que o conceito do projeto estava ligado à construção de espaços de troca entre criadores. Pontes. A produção musical em conjunto nos trouxe aprendizados valiosos e quem ouve o disco com atenção pode conferir a ampla diversidade estilística que é fruto desse encontro.

No mesmo ano, conheci Evelyn Gomes (produtora cultural) e organizamos as ideias iniciais para a realização do projeto. Foi no preparo da campanha de financiamento coletivo – outro momento de muita pesquisa e conversas com várias pessoas –, que enraizamos a identidade do projeto nessa integração criativa.

Assim, convidei onze artistas visuais, de vários percursos e pesquisas, para uma reunião inicial. Expus as canções; conversamos sobre as possíveis maneiras de realizar essas trocas. Algumas perguntas geradoras surgiram: como ser influenciado por uma criação e produzir algo novo a partir dessa influência? Qual a característica desse processo e o que o diferencia de “ilustrar” uma canção? Como poderíamos interferir nos trabalhos uns dos outros? Quais eram os percursos artísticos de cada pessoa? Como viabilizar financeiramente o projeto e dar visibilidade para cada pesquisa?

Cada convidado escolheu uma canção que seria gravada no disco. Foram quatro reuniões coletivas, para intercambiar processos e questões, e várias trocas individuais. Seis meses depois, os artistas começaram a apresentar os resultados – as obras visuais produzidas -, que compõem o encarte do disco e as exposições incluídas no projeto.

No segundo semestre de 2014, com a entrada de mais uma parceira talentosa – a produtora cultural Luísa Toledo – o projeto foi contemplado pelo edital PROAC 03/2014 – Gravação de CD e circulação de espetáculo de canção inédito. Foi esse financiamento que tornou possível concretizar algumas novas etapas fundamentais: o encarte do disco em formato de caixa; uma turnê pelo Estado de São Paulo; um site que registra e disponibiliza os resultados do processo; e, por fim, a produção de onze vídeos-canção inspirados tanto nas obras visuais quanto nas faixas do disco, formando assim um encadeamento criativo capaz de tocar diferentes sensibilidades, de formas variadas. Esses vídeos, além de estarem disponíveis online como obras independentes, foram também usados como material de cenário dos shows, em projeções operadas ao vivo.

Registros
Show de lançamento em São Paulo:

Shows de lançamento em São Francisco Xavier, Caraguatatuba e Joanópolis (SP):

 

Colaboradores

Alice NM

Alice NM

Formou-se pela Faculdade Santa Marcelina com Bacharelado em Educação Artística e Licenciatura Plena em Artes Plásticas. Busca inspiração no paralelo entre homem e identidade, que suscita a criação de uma série de personagens, ilustradas essencialmente através da pintura e do retrato. Ao conceber uma série, inicia pelo estudo das imagens detalhadas, para depois desmanchá-las, arrastando as formas, com o pincel mais seco, numa tentativa de desconstruí-las – mostrando a diluição visual da identidade.

É professora de Artes em uma escola de São Paulo e ministra aulas de artes plásticas desde 1998 em seu ateliê, para alunos com idade entre 8 e 40 anos, com enfoque em técnicas básicas de desenho gravura e pintura, como: aquarela, tinta acrílica, guache, têmpera, xilogravura, gravura em metal entre outras.

Suas aquarelas enfatizam uma conexão mais direta com o lúdico. O material e os gestos característicos geram um ambiente carregado de intensidade e surrealismo. Os padrões são elementos presentes em desenhos e gravuras, e permeiam todo o trabalho da artista, tanto nos fundos, como em rostos e objetos da paisagem.

Andre Farkas

Andre Farkas

André Farkas formou-se em artes plásticas pela FAAP. Trabalha com vídeo, animação, desenho e pintura, muitas vezes misturando as linguagens com a intenção de produzir algo puramente refrescante e ironicamente ignorante. Se aproximou da arte de rua há aproximadamente 5 anos, onde encontrou lugar para expressar o inconsciente da cidade em quaisquer suportes que ela venha a oferecer através do codinome TRECO.

www.decofarkas.com
www.flickr.com/treco

Angelo Mundy

Angelo Mundy

Músico, compositor, educador e idealizador do projeto Abrigação, nasceu na cidade de São Paulo, capital, no ano de 1985. É formado em teclado pelo Conservatório Santa Cecília da Capital. Prosseguiu seus estudos musicais através do violão, hoje seu instrumento principal.

A música é permeada por seu contato com outras áreas da expressão humana.

Graduou-se em Língua e Literatura, habilitando-se em Português e Inglês pela faculdade de Letras da Universidade de São Paulo (2010).

Estudou teatro e aprofundou-se na técnica do palhaço, tendo participado de oficinas e cursos entre os anos de 2001 e 2007 com importantes nomes dessa arte em São Paulo, como Wellington Nogueira (Doutores da Alegria), Carla Candiotto (Le Plat de Jour), Márcio Ballas (Jogando no Quintal), Ésio Magalhães (Barracão teatro), entre outros.

A capoeira, que ele pratica há mais de 15 anos, é uma importante escola, abrindo sua percepção acerca de corpo, cultura popular e saberes tradicionais. É integrante do Instituto Nzinga de Capoeira Angola, fundado pelas mestras Rosângela ‘Janja’ Araújo e Paula ‘Paulinha’ Barreto e pelo mestre Paulo ‘Poloca’ Barreto.

Sempre interessado por infância, foi professor em uma grande escola de Educação Infantil por cinco anos e hoje oferece oficinas de música criativa para crianças em diferentes espaços, públicos e particulares.

Integra, desde 2013, a comunidade de aprendizagem Barro Molhado, de São Paulo, onde pesquisa e experimenta práticas em educação livre.

É membro e fundador do Tiquequê, grupo de destaque no meio cultural infantil, e que conta com três espetáculos, dois CDs e um DVD em seus 15 anos de trajetória.

O lançamento de “Abrigação”, seu primeiro disco autoral, parte de um amplo projeto de integração artística, estreia em São Paulo em Agosto de 2015.

Juão Vaz

Juão Vaz

Faz direção de arte e criação. Formado em design gráfico, técnico em artes gráficas, técnico em música e percussão, e pós-graduação em música.

vaz.art.br
gomaoficina.com

Kosuke Arakawa

Kosuke Arakawa

É fotógrafo e videomaker. Nascido em Quioto, Japão, passou sua infância nos E.U.A, retornando depois para sua terra natal. Sempre viajou para o exterior do pais, curioso, buscando seu lugar. Estudou espanhol na Universidade de Kansai Gaidai, e morou um ano em Barcelona. Viajando pelo México e Brasil, descobriu a paixão fotográfica começando trabalhar com o coletivo CIA DE FOTO em São Paulo entre os anos de 2009 e 2012. Estudou fotografia na pós-graduação da FAAP-SP.

Trabalha atualmente no Japão como produtor de fotografia e videos, sendo a maior parte em publicidade.

kosukearakawa.com/

Luciana Bertarelli

Luciana Bertarelli

É formada em Artes Visuais pela Unicamp. Nasceu na capital paulista, mas escolheu morar no interior. Em seus trabalhos explora e relaciona as linguagens da pintura, da gravura, do desenho e da fotografia. A artista integra o projeto Xilomóvel – Ateliê Itinerante, premiado três vezes pela Funarte, através do  qual desenvolve trabalhos educativos e artísticos relacionados à xilogravura. Atua também como educadora no Ensino Infantil, onde aprende com as crianças a ser mais artista. Participou das exposições: Largofolhas, Xilomóvel + Claudio Caropreso, Encontro Xilográfico no Horto Florestal e 2a. Bienal de Gravura de Araraquara.

xilomovel.blogspot.com

Manoella Rotelli

Manoella Rotelli

Para Manoella a arte é um fazer, mas é também um olhar, é um trabalho que se faz a todo momento, em todos os instantes.

É um modo de perceber o mundo que faz da vida um grande laboratório. Dela saem todas as formas.

Na escola junto às crianças, em seu ateliê, em casa, ela produz, sempre. Seu trabalho está nos desenhos e pequenas pinturas, está na modelagem da cerâmica, está nos pequenos jardins envidraçados; no modo de arrumar a casa e de criar o filho. Para ela tudo o que se vive pode ser traduzido de maneira a interessar os olhos.

Marina Pappa

Marina Pappa

É formada pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo (USP), e trabalha com design gráfico e de produtos. Em 2011 fundou o estúdio vira, e em 2012 ganhou o edital ProAC de Livro de Artista da Secretaria do Estado da Cultura com o trabalho Narrativas Arquitetônicas em 4 Volumes. Com grande interesse em arte e em educação, trabalhou de 2010 a 2013 na Ação Educativa Instituto Tomie Ohtake.

www.cargocollective.com/narrativas-arq
www.estudiovira.com

Mayra Oi Saito

Mayra Oi Saito

Nunca teve apelidos, mas teve amigos imaginários. Na falta de irmãs e irmãos, desenvolveu conversas pra dentro. Talvez por causa disso foi estudar histórias, de onde elas vinham e como eram contadas. Simultaneamente a isso tudo, também foi conhecer e pensar as imagens que as pessoas criam e no que acreditam. Gosta de cozinhar para si mesma e para os outros, ver o mundo, desenhar, costurar, dançar, conversar e receber os amigos em casa. Como gosta muito dessas trocas foi trabalhar com crianças pra ver se aprende mais algumas coisas.

Formou-se academicamente em letras e empiricamente em artes. Trabalha com educação há cerca de uma década e teve o privilégio de trabalhar com todas as faixas etárias e com variados contextos de encontro em instituições como USP, Instituto Tomie Ohtake, Escola da Vila, Bienal de São Paulo e Espaço de Leitura do Parque da Água Branca. Tem um amor enorme pelas matrizes africanas e indígenas do Brasil, além de sua nave-mãe nipônica. Por isso tem um nome tupi, outro guarani, olhinhos puxados e é filha de Oxum.

Taissa Montiel

Taissa Montiel

É formada em Artes pela Universidade Estadual Paulista- Unesp e licenciada pela Belas Artes. Vive e trabalha em São Paulo. Fez um intercâmbio em História da Arte pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha, em 2006. Pesquisadora, observadora, experimentadora, artista e educadora. Participou das exposições coletivas “Livro Arbítrio”, no Centro Cultural b_arco, e “Verso”, no Sesc Pinheiros, sob orientação e curadoria de Edith Derdyk . Trabalhou como arte educadora no Centro Cultural São Paulo, no Sesc Pompéia, na 26° Bienal de São Paulo, e atua como educadora em um espaço para crianças, onde a brincadeira e a arte caminham juntas.

taissamcastro.wix.com/taissa
transverso2013.blogspot.com.br/

Theo Craveiro

Theo Craveiro

Começou sua carreira artística como fotógrafo, se formou em Artes Plásticas e trabalhou com design, cinema e com bandas de música. Ele fez uma exposição individual e participou de várias exposições coletivas dentro e fora do Brasil. Atualmente ele segue fazendo sua pesquisa em arte, desenhando alguns projetos especiais e participando de processos como o CD Abrigação.

theocraveirotrabalhos.tumblr.com/

Vicente Góes

Vicente Góes

É um grande admirador da infância, educador autônomo em processos não escolarizados, pesquisador em Transdisciplinaridade e Sustentabilidade, membro do Centro de estudos Transdisciplinares. Sua identidade como artista foi revelada recentemente, graças ao convite deste projeto.

www.facebook.com/vicente.lourencodegoes
barromolhadoblog.wordpress.com/
www.e-sebrincar.com.br/

Vítor B. P. E

Vítor B. P. E

É arquiteto e contribuiu com a fundação do coletivo de arquitetura Goma Oficina, em 2009. Atualmente, a Goma Oficina funciona como uma plataforma colaborativa: um espaço físico e virtual que abriga criadores de diversas linguagens e favorece a interação entre iniciativas autônomas.  

www.oficinadobjeto.com
www.gomaoficina.com